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26.8.09
22.8.09
Folha
O embate Record x Globo chega aos documentários. A Record comprou na quarta-feira (19) os direitos de “Muito Além do Cidadão Kane”, produção inglesa de 1993 com pesadas críticas à Rede Globo. Em contra-ataque, a Globo negocia “Universal, Uma Ameaça ao País dos Crentes” (2002), documentário francês inédito no Brasil e no YouTube.
Embora só tenha comprado o documentário “anti-Globo” esta semana, a Record já vinha exibindo trechos da obra em seus telejornais, no “Repórter Record” e durante as madrugadas, em programas religiosos. Entre os críticos dos métodos globais que aparecem em “Muito Além do Cidadão Kane” está o presidente Lula, apresentado então como sindicalista.
“Se você tem um instrumento de comunicação que, por dia, fala com 70 milhões (…) e o controle das mensagens (…) é ordenada ideologicamente por um mesmo senhor [Marinho], aí descaracteriza qualquer possibilidade de democracia”, diz Lula no filme.
A Globo, por sua vez, negocia o documentário “anti-Universal”, produzido para a TV católica francesa KTO. Nele, o bispo Edir Macedo é retratado como o líder de uma legião de fanáticos que leva uma vida de “miliardário” (termo usado no filme). “A gente apertava a mão de Macedo com medo, pois era como apertar a mão do próprio Deus”, depõe em vídeo Marcelo Gonzales, ex-membro arrependido da igreja.
O documentário acusa a Universal, entre outras coisas, de ter obrigado pastores a fazer vasectomia nos anos 90, mas também questiona se a Igreja Católica não é “culpada” por ter deixado sua rival neopentecostal crescer por tanto tempo sem fazer nada para contra-atacar.
A Record também entra na linha de fogo. O filme retrata a relação estreita entre igreja e emissora de TV que, segundo a produção, não passa de um meio para Macedo aumentar sua própria influência política. A certa altura, entrevista o atual senador Marcelo Crivella (PRB-RJ), que admite que o governo “aceitou” a venda da Record para uma igreja, embora isso fosse, à época, vetado pela Constituição.
Já “Muito Além do Cidadão Kane”, que está na íntegra no Google Videos, foi idealizado como programa em quatro blocos para o canal inglês Channel Four, em 93. Convencionou-se chamar essa obra de documentário porque, depois da TV, os blocos foram unidos e vendidos na íntegra em CDs e fitas piratas no Brasil e em outros países.
A Globo também tentou comprar os direitos dessa obra, mas desistiu quando o produtor britânico John Ellis informou que as licenças para exibição em público já tinham sido vendidas a outras organizações.
Procuradas, Record e Igreja Universal não se manifestaram por “desconhecer o conteúdo do documentário francês”. A Globo não se manifestou sobre a compra de “Muito Além do Cidadão Kane” pela Record.
O embate Record x Globo chega aos documentários. A Record comprou na quarta-feira (19) os direitos de “Muito Além do Cidadão Kane”, produção inglesa de 1993 com pesadas críticas à Rede Globo. Em contra-ataque, a Globo negocia “Universal, Uma Ameaça ao País dos Crentes” (2002), documentário francês inédito no Brasil e no YouTube.
Embora só tenha comprado o documentário “anti-Globo” esta semana, a Record já vinha exibindo trechos da obra em seus telejornais, no “Repórter Record” e durante as madrugadas, em programas religiosos. Entre os críticos dos métodos globais que aparecem em “Muito Além do Cidadão Kane” está o presidente Lula, apresentado então como sindicalista.
“Se você tem um instrumento de comunicação que, por dia, fala com 70 milhões (…) e o controle das mensagens (…) é ordenada ideologicamente por um mesmo senhor [Marinho], aí descaracteriza qualquer possibilidade de democracia”, diz Lula no filme.
A Globo, por sua vez, negocia o documentário “anti-Universal”, produzido para a TV católica francesa KTO. Nele, o bispo Edir Macedo é retratado como o líder de uma legião de fanáticos que leva uma vida de “miliardário” (termo usado no filme). “A gente apertava a mão de Macedo com medo, pois era como apertar a mão do próprio Deus”, depõe em vídeo Marcelo Gonzales, ex-membro arrependido da igreja.
O documentário acusa a Universal, entre outras coisas, de ter obrigado pastores a fazer vasectomia nos anos 90, mas também questiona se a Igreja Católica não é “culpada” por ter deixado sua rival neopentecostal crescer por tanto tempo sem fazer nada para contra-atacar.
A Record também entra na linha de fogo. O filme retrata a relação estreita entre igreja e emissora de TV que, segundo a produção, não passa de um meio para Macedo aumentar sua própria influência política. A certa altura, entrevista o atual senador Marcelo Crivella (PRB-RJ), que admite que o governo “aceitou” a venda da Record para uma igreja, embora isso fosse, à época, vetado pela Constituição.
Já “Muito Além do Cidadão Kane”, que está na íntegra no Google Videos, foi idealizado como programa em quatro blocos para o canal inglês Channel Four, em 93. Convencionou-se chamar essa obra de documentário porque, depois da TV, os blocos foram unidos e vendidos na íntegra em CDs e fitas piratas no Brasil e em outros países.
A Globo também tentou comprar os direitos dessa obra, mas desistiu quando o produtor britânico John Ellis informou que as licenças para exibição em público já tinham sido vendidas a outras organizações.
Procuradas, Record e Igreja Universal não se manifestaram por “desconhecer o conteúdo do documentário francês”. A Globo não se manifestou sobre a compra de “Muito Além do Cidadão Kane” pela Record.
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